sábado, 21 de novembro de 2015

1 Néfi Capítulo 15

Capítulo 15

A semente de Leí receberá dos gentios o evangelho nos últimos dias — A coligação de Israel é comparada a uma oliveira cujos ramos naturais serão enxertados novamente — Néfi interpreta a visão da árvore da vida e fala da justiça de Deus em separar os iníquos dos justos. Aproximadamente 600–592 a.C.

 1 E aconteceu que depois de haver sido arrebatado no Espírito e visto todas essas coisas, eu, Néfi, voltei à tenda de meu pai.

 2 E aconteceu que vi meus irmãos e eles discutiam entre si quanto às coisas que meu pai lhes dissera.

 3 Pois ele verdadeiramente lhes dissera muitas coisas grandiosas que eram de difícil compreensão, a menos que se perguntasse ao Senhor; e como eram duros de coração, não procuravam o Senhor como deviam.

 4 E então eu, Néfi, fiquei pesaroso com a dureza de seu coração e também por causa das coisas que tinha visto e sabia que haviam de acontecer inevitavelmente, por causa da grande iniquidade dos filhos dos homens.

 5 E aconteceu que fiquei abatido por causa de minhas aflições, pois considerava-as maiores que quaisquer outras, por causa da destruição de meu povo; pois eu vira a sua queda.

 6 E aconteceu que depois de haver recuperado as forças, falei a meus irmãos, perguntando-lhes o motivo das discussões.

 7 E eles responderam: Eis que não podemos compreender as palavras de nosso pai concernentes aos ramos naturais da oliveira e também aos gentios.

 8 E disse-lhes eu: Haveis perguntado ao Senhor?

 9 E eles responderam: Não perguntamos, porque o Senhor não nos dá a conhecer essas coisas.

 10 Eis que eu lhes disse: Por que não guardais os mandamentos do Senhor? Quereis perecer por causa da dureza de vosso coração?

 11 Não vos lembrais das coisas que o Senhor disse? — Se não endurecerdes vosso coração e me pedirdes com fé, acreditando que recebereis, guardando diligentemente os meus mandamentos, certamente estas coisas vos serão dadas a conhecer.

 12 Eis que vos digo que a casa de Israel foi comparada a uma oliveira pelo Espírito do Senhor que estava em nosso pai; e eis que não fomos nós desmembrados da casa de Israel e não somos nós um ramo da casa de Israel?

 13 E agora, o que nosso pai quer dizer sobre o enxerto dos ramos naturais por meio da plenitude dos gentios é que, nos últimos dias, quando nossos descendentes tiverem degenerado, caindo na incredulidade, sim, pelo espaço de muitos anos e por muitas gerações depois que o Messias se manifestar em pessoa aos filhos dos homens, então a plenitude do evangelho do Messias chegará aos gentios; e dos gentios, aos remanescentes de nossos descendentes —

 14 E naquele dia os remanescentes da nossa semente virão a saber que são da casa de Israel e que são o povo do convênio do Senhor; e então saberão e chegarão ao conhecimento dos seus antepassados, e também ao conhecimento do Redentor e do evangelho que foi por ele ministrado a seus pais. Portanto, virão a conhecer seu Redentor e os pontos essenciais de sua doutrina, para que saibam como chegar a ele e ser salvos.

 15 E então, naquele dia, não se regozijarão e não darão graças ao seu eterno Deus, sua rocha e sua salvação? Sim, naquele dia não receberão vigor e alimento da verdadeira videira? Sim, não virão eles para o verdadeiro rebanho de Deus?

 16 Eis que vos digo: Sim; eles serão lembrados outra vez pela casa de Israel; serão enxertados, sendo um ramo natural da oliveira, na oliveira verdadeira.

 17 E isto é o que nosso pai quer dizer; e ele quer dizer que isto não acontecerá senão depois de haverem sido dispersos pelos gentios; e ele quer dizer que isto se dará por meio dos gentios, para que o Senhor mostre aos gentios o seu poder; porquanto será rejeitado pelos judeus, ou seja, pela casa de Israel.

 18 Nosso pai não falou, portanto, apenas de nossos descendentes, mas também de toda a casa de Israel, indicando o convênio que haveria de ser cumprido nos últimos dias, convênio esse que o Senhor fez com nosso pai Abraão, dizendo: Em tua semente serão benditas todas as famílias da Terra.

 19 E aconteceu que eu, Néfi, falei-lhes muito sobre estas coisas; sim, falei-lhes sobre a restauração dos judeus nos últimos dias.

 20 E repeti-lhes as palavras de Isaías, que falou sobre a restauração dos judeus, ou seja, da casa de Israel; e depois de sua restauração, não serão mais confundidos nem dispersos. E aconteceu que disse muitas palavras a meus irmãos, de modo que se tranquilizaram e humilharam-se perante o Senhor.

 21 E aconteceu que me falaram novamente, dizendo: O que significa isso que nosso pai viu num sonho? O que significa a árvore que ele viu?

 22 E disse-lhes: Era uma representação da árvore da vida.

 23 E disseram-me: O que significa a barra de ferro que nosso pai viu, que levava à árvore?

 24 E eu disse-lhes que era a palavra de Deus; e todos os que dessem ouvidos à palavra de Deus e a ela se apegassem, jamais pereceriam; nem as tentações nem os dardos inflamados do adversário poderiam dominá-los até a cegueira, para levá-los à destruição.

 25 Portanto, eu, Néfi, exortei-os a darem ouvidos à palavra do Senhor; sim, exortei-os com toda a energia de minha alma e com todas as faculdades que possuía, a darem ouvidos à palavra de Deus e a lembrarem-se de guardar seus mandamentos, sempre, em todas as coisas.

 26 E disseram-me: O que significa o rio de água que nosso pai viu?

 27 E respondi-lhes que a água que meu pai viu era imundície; e sua mente estava tão absorvida com outras coisas, que não observou a imundície da água.

 28 E disse-lhes que era um horrível abismo que separava os iníquos da árvore da vida e também dos santos de Deus.

 29 E disse-lhes que era uma representação daquele horrível inferno que o anjo me dissera estar preparado para os iníquos.

 30 E disse-lhes que nosso pai também viu que a justiça de Deus separava os iníquos dos justos; e que seu resplendor era como uma chama de fogo que sobe eternamente para Deus e não tem fim.

 31 E disseram-me: Significa isso o tormento do corpo nos dias de provação, ou significa o estado final da alma depois da morte do corpo físico, ou refere-se às coisas que são terrenas?

 32 E aconteceu que eu lhes disse que era uma representação tanto de coisas físicas como espirituais; pois chegaria o dia em que seriam julgados por suas obras, sim, mesmo as obras feitas pelo corpo físico nos seus dias de provação.

 33 Se morrerem, portanto, em iniquidade, serão também rejeitados quanto às coisas espirituais que se referem à retidão; portanto, deverão ser levados perante Deus para serem julgados por suas obras; e se suas obras tiverem sido imundas, eles serão imundos; e se forem imundos, não poderão habitar o reino de Deus; se o habitassem, o reino de Deus seria também imundo.

 34 Mas eis que eu vos digo que o reino de Deus não é imundo e que nenhuma coisa impura pode entrar no reino de Deus; é, portanto, necessário que haja um lugar de imundície preparado para o que é imundo.

 35 E há um lugar preparado, sim, aquele horrível inferno do qual falei, cujo fundador é o diabo. Portanto, o estado final da alma dos homens é habitar o reino de Deus ou ser lançada fora por causa da justiça da qual falei.

 36 Os iníquos, portanto, serão apartados dos justos e também daquela árvore da vida, cujo fruto é mais precioso e mais desejável que todos os frutos; sim, é a maior de todas as dádivas de Deus. E assim falei a meus irmãos. Amém.
 

Comentários de Tiago Lisboa Novais


 

Comentários de Líderes e Estudiosos da Igreja

 

    1 Néfi 15:2–11. “Duros de Coração”

   
    O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou como a dureza de coração limita nossa espiritualidade:

    “Néfi tentou ensinar aos irmãos que eles também poderiam compreender o significado das profecias do pai, ‘que eram de difícil compreensão, a menos que se perguntasse ao Senhor’ (1 Néfi 15:3). Néfi disse-lhes que se não endurecessem o coração, se guardassem os mandamentos e perguntassem ao Senhor com fé certamente aquelas coisas lhes seriam dadas a conhecer (ver 1 Néfi 15:11).

    Se endurecermos o coração, rejeitarmos as novas revelações e limitarmos nosso aprendizado àquilo que podemos aprender por meio do estudo e da análise das palavras exatas contidas nas escrituras oficiais atuais, nosso entendimento ficará limitado ao que Alma chamou de ‘menor parte da palavra’ (Alma 12:11). Se buscarmos e aceitarmos revelações e inspiração para ampliar nosso entendimento das escrituras, veremos o cumprimento das palavras inspiradas de Néfi quando prometeu que os mistérios de Deus seriam ‘desvendados pelo poder do Espírito Santo’ àqueles que a buscassem diligentemente (1 Néfi 10:19)” (“Scripture Reading and Revelation”, Ensign, janeiro de 1995, p. 7).
   
    O Profeta Joseph Smith explicou que não eram só Lamã e Lemuel que poderiam conhecer as coisas que Néfi e seu pai sabiam — esse princípio se aplica a nós também: “Se todos nos uníssemos em torno do mesmo ideal, com a mesma disposição e com fé perfeita, o véu bem poderia romper-se hoje ou na próxima semana ou em qualquer outro momento” [Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, Joseph Fielding Smith (org.), 1975, p. 11 (tradução atualizada)].

    “Deus nada revelou a Joseph que não dará a conhecer aos Doze, e até o menor dos santos pode conhecer todas as coisas tão logo possa suportá-las” (History of the Church, vol. 3, p. 380; ver também Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, p. 281).

    1 Néfi 15:12–13. Judeus e Gentios

  
    Muitas vezes no Livro de Mórmon lemos referências aos judeus e aos gentios. Às vezes é difícil compreender de quem o texto está falando. O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, ajudou-nos nessa tarefa: “Tanto Leí como Néfi dividiam a humanidade em dois grupos: os judeus e os gentios. O grupo dos judeus consistia das pessoas naturais do reino de Judá ou de seus descendentes; todos os outros eram considerados gentios. Sendo assim, nós somos os gentios de quem essa escritura fala; nós somos aqueles que receberam a plenitude do evangelho e nós o levaremos aos lamanitas, que são judeus porque seus antepassados vieram de Jerusalém e do reino de Judá” (A New Witness for the Articles of Faith, 1985, p. 556).

    O Élder McConkie também identificou um gentio que ajudaria muito na Restauração: “Joseph Smith (…) foi o gentio por meio do qual o Livro de Mórmon foi revelado e os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (…) são os gentios que levarão a salvação aos lamanitas e aos judeus” (The Millennial Messiah, 1982, p. 233).

    1 Néfi 15:13–16. A Restauração do Evangelho nos Últimos Dias

   

    O Presidente Gordon B. Hinckley falou do impacto que a Restauração teve na história: “Meus irmãos e irmãs, será que vocês percebem o que temos? Reconhecem nosso papel no grande drama da história humana? Este é o ponto de convergência de tudo o que aconteceu no passado. Esta é a época da restituição. Estes são os dias da Restauração. Este é o momento em que pessoas de toda a Terra sobem ao monte da casa do Senhor para buscar e aprender Seus caminhos e andar em Suas veredas. Este é o clímax de todos os séculos depois do nascimento de Cristo, e é uma época maravilhosa” (Conference Report, outubro de 1999, p. 94; ou Ensign, novembro de 1999, p. 74).

 

    1 Néfi 15:24. A Palavra de Deus e os Dardos Inflamados

   

    O Presidente Ezra Taft Benson falou da bênção que é termos a palavra de Deus. Ela não só nos proporciona bênçãos grandiosas, mas também nos dá forças para resistir firmemente à tentação: “Em seu sonho, Leí viu uma barra de ferro estendendo-se pelas névoas de escuridão. Percebeu que, agarrando-se a essa barra, as pessoas conseguiam evitar as águas imundas, afastar-se dos caminhos proibidos e não seguir as vias desconhecidas que conduziam à destruição. Mais adiante, seu filho Néfi explica claramente o simbolismo da barra de ferro. Quando Lamã e Lemuel perguntaram: ‘O que significa a barra de ferro?’ Néfi respondeu que representava ‘a palavra de Deus, [atentem para a promessa] e todos os que dessem ouvidos à palavra de Deus e a ela se apegassem, jamais pereceriam; nem as tentações nem os ardentes dardos do adversário poderiam dominá-los até a cegueira, para levá-los à destruição’ (1 Néfi 15:23–24; grifo do autor). A palavra de Deus não só nos conduz ao fruto mais desejável de todos, também é nela e por meio dela que encontramos forças para resistir às tentações e o poder de frustrar a obra de Satanás e seus emissários” [“O Poder da Palavra”, A Liahona, julho de 1986, p. 81 (tradução atualizada)].

    1 Néfi 15:32–35. “Julgados por Suas Obras”

  
    O Élder Dallin H. Oaks falou de como nossos atos definem quem somos. Aquilo em que nossos atos nos transformam determina o julgamento que receberemos:

    “Em muitas passagens da Bíblia e das escrituras modernas, lemos sobre um julgamento final em que todas as pessoas serão recompensadas de acordo com seus atos, obras ou desejos do coração. Mas outras escrituras ampliam essa ideia e afirmam que seremos julgados pela condição que tivermos alcançado.

    O profeta Néfi descreveu o juízo final com base no que nos tornamos: ‘E se suas obras tiverem sido imundas, eles serão imundos; e se forem imundos, não poderão habitar o reino de Deus’ (1 Néfi 15:33; grifo do autor). Morôni declarou: ‘Aquele que é imundo ainda será imundo; e aquele que é justo ainda será justo’ (Mórmon 9:14; grifo do autor; ver também Apocalipse 22:11–12; 2 Néfi 9:16; D&C 88:35). O mesmo se aplicaria a ‘egoísta’ ou ‘desobediente’ ou qualquer outra característica pessoal que não esteja em harmonia com as leis de Deus. Ao referir-se ao ‘estado’ dos iníquos no juízo final, Alma explicou que se formos condenados por nossas palavras, obras e pensamentos, ‘não seremos considerados sem mancha (…) e nesse terrível estado não nos atreveremos a olhar para o nosso Deus’ (Alma 12:14).

    À luz desses ensinamentos, concluímos que o julgamento final não é apenas um balanço do total de atos bons e ruins, ou seja, do que fizemos. É a constatação do efeito final de nossos atos e pensamentos, ou seja, do que nos tornamos. Não basta fazer tudo mecanicamente. Os mandamentos, as ordenanças e os convênios do evangelho não são uma lista de depósitos que precisamos fazer numa conta bancária celestial. O evangelho de Jesus Cristo é um plano que nos mostra como podemos tornar-nos o que nosso Pai Celestial deseja que nos tornemos” (Conference Report, outubro de 2000, p. 41; ou “O Desafio de Tornar-se”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 40).

    1 Néfi 15:34–35. O Estado Final da Alma

   
    Existe uma diferença clara entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas e entre o reino de Deus e o reino do diabo. O inferno é o lugar preparado para os imundos que seguem Satanás, enquanto os justos que seguiram a Deus gozam da paz e glória de Seu reino. Mas como o estado final da alma de todas as pessoas pode ser dividido apenas em dois grupos — o grupo dos que habitarão o reino de Deus e o grupo dos que serão lançados fora? (Ver 1 Néfi 15:35.)
    
    A chave para a resposta dessa pergunta encontra-se em Doutrina e Convênios 76:43, que resume a obra de Jesus Cristo desta forma: “Ele (…) glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos, exceto os filhos de perdição, que negam o Filho depois que o Pai o revelou”. Sendo assim, no estado final haverá o grupo das pessoas que serão salvas e o das que não serão, ou seja, dos filhos da perdição. As pessoas que serão salvas são aquelas que receberão algum grau de glória. Doutrina e Convênios 76 cita três graus de glória — o celeste, o terrestre, e o teleste — e fornece informações sobre quem será digno de herdar cada um desses lugares no reino de Deus. Assim, todos os três graus de glória correspondem à salvação no reino de Deus, e os que não se qualificarem para recebê-la serão os filhos da perdição.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

1 Néfi Capítulo 4

Capítulo 4

Néfi mata Labão por ordem do Senhor e depois se apodera das placas de latão por meio de um estratagema — Zorã decide unir-se à família de Leí no deserto. Aproximadamente 600–592 a.C.

 1 E aconteceu que falei a meus irmãos, dizendo: Subamos novamente a Jerusalém e sejamos fiéis aos mandamentos do Senhor; pois eis que ele é mais poderoso que toda a terra. Então, por que não há de ser mais poderoso que Labão e seus cinquenta, sim, ou mesmo suas dezenas de milhares?

 2 Subamos, portanto; sejamos fortes como Moisés; porque ele por certo falou às águas do Mar Vermelho e elas dividiram-se para um e outro lado; e nossos pais saíram do cativeiro passando sobre terra seca; e foram seguidos pelos exércitos de Faraó, que se afogaram nas águas do Mar Vermelho.

 3 Agora, eis que sabeis que isso é verdade; e sabeis também que um anjo vos falou; como, pois, podeis duvidar? Subamos; o Senhor tem poder para livrar-nos, como livrou nossos pais; e para destruir Labão, como destruiu os egípcios.

 4 Ora, depois de haver eu dito estas palavras, ainda estavam irritados e continuaram a murmurar; não obstante, seguiram-me até chegarmos às muralhas de Jerusalém.

 5 E era noite; e eu fiz com que se escondessem fora das muralhas. E depois de se haverem eles escondido, eu, Néfi, penetrei sorrateiramente na cidade e dirigi-me à casa de Labão.

 6 E fui conduzido pelo Espírito, não sabendo de antemão o que deveria fazer.

 7 Não obstante, segui em frente e, chegando perto da casa de Labão, vi um homem que havia caído no chão, diante de mim, porque estava bêbado de vinho.

8 E aproximando-me dele, vi que era Labão.

 9 E vi a sua espada e tirei-a da bainha; e o punho era de ouro puro, trabalhado de modo admirável; e vi que sua lâmina era do mais precioso aço.

 10 E aconteceu que fui compelido pelo Espírito a matar Labão; mas disse em meu coração: Nunca fiz correr sangue humano. E contive-me; e desejei não ter de matá-lo.

11 E o Espírito disse-me outra vez: Eis que o Senhor o entregou em tuas mãos. Sim, e eu sabia também que ele procurara tirar-me a vida e que não daria ouvidos aos mandamentos do Senhor; e também se apoderara de nossos bens.

12 E aconteceu que o Espírito me disse outra vez: Mata-o, pois o Senhor entregou-o em tuas mãos.
 13 Eis que o Senhor mata os iníquos, para que sejam cumpridos seus justos desígnios. Melhor é que pereça um homem do que uma nação degenere e pereça na incredulidade.

 14 E então quando eu, Néfi, ouvi estas palavras, lembrei-me das palavras que o Senhor me dissera no deserto: Se a tua semente guardar os meus mandamentos, prosperará na terra da promissão.
 15 Sim, e pensei também que eles não poderiam guardar os mandamentos do Senhor, segundo a lei de Moisés, a menos que tivessem a lei.

16 Sabia também que a lei estava gravada nas placas de latão.

 17 E também sabia que o Senhor havia entregado Labão em minhas mãos por este motivo — para que eu pudesse obter os registros, de acordo com os seus mandamentos.

18 Obedeci, portanto, à voz do Espírito e peguei Labão pelos cabelos e cortei-lhe a cabeça com sua própria espada.

19 E depois de ter-lhe cortado a cabeça com sua própria espada, tirei-lhe as vestimentas e coloquei-as sobre o meu próprio corpo; sim, cada uma delas; e cingi meus lombos com a sua armadura.

 20 E depois de haver feito isso, dirigi-me ao tesouro de Labão. E quando me dirigia ao tesouro de Labão, eis que vi o servo de Labão que guardava as chaves do tesouro. E, com a voz de Labão, ordenei-lhe que me seguisse ao tesouro.

 21 E ele supôs que eu fosse seu amo Labão, porque viu as vestimentas e também a espada que eu levava à cintura.

22 E falou-me a respeito dos anciãos dos judeus, pois sabia que seu amo, Labão, havia estado com eles durante a noite.

23 E eu falei-lhe como se fora Labão.

 24 E disse-lhe também que eu levaria as gravações que estavam nas placas de latão a meus irmãos mais velhos, que estavam fora das muralhas.

 25 E também ordenei-lhe que me seguisse.

26 E supondo ele que eu me referisse aos irmãos da igreja e que eu verdadeiramente fosse Labão, a quem eu havia matado, seguiu-me.

27 E falou-me muitas vezes sobre os anciãos dos judeus, enquanto eu me dirigia para meus irmãos que estavam fora das muralhas.

28 E aconteceu que quando me viu, Lamã ficou com muito medo e também Lemuel e Sam. E fugiram de mim, porque pensaram que eu fosse Labão e que ele me houvesse matado; e que procurasse também tirar-lhes a vida.

29 E aconteceu que os chamei e eles me ouviram; portanto, pararam de fugir de mim.

 30 E aconteceu que quando o servo de Labão viu meus irmãos, pôs-se a tremer e estava para fugir de mim e voltar para a cidade de Jerusalém.

31 E agora eu, Néfi, sendo um homem de grande estatura e havendo também recebido muita força do Senhor, lancei-me sobre o servo de Labão e segurei-o, para que não fugisse.

32 E aconteceu que eu lhe disse que, se ouvisse minhas palavras, assim como o Senhor vive e vivo eu, se ouvisse minhas palavras, poupar-lhe-íamos a vida.

33 E disse-lhe, sob juramento, que não precisava temer; que seria um homem livre como nós, se descesse conosco ao deserto.

34 E também lhe disse: Certamente o Senhor nos ordenou que procedêssemos assim; e não seremos diligentes em guardar os mandamentos do Senhor? Se quiseres, portanto, descer ao deserto, ao encontro de meu pai, terás lugar conosco.

35 E aconteceu que Zorã criou coragem com minhas palavras. Ora, Zorã era o nome do servo; e ele prometeu que desceria para o deserto até o lugar onde estava nosso pai. Sim, e jurou também que permaneceria conosco daquele momento em diante.

36 Ora, desejávamos que ele permanecesse conosco para que os judeus não soubessem de nossa fuga para o deserto, com receio de que nos perseguissem para destruir-nos.

37 E aconteceu que quando Zorã nos fez o juramento, nossos temores cessaram a seu respeito.

38 E aconteceu que tomamos as placas de latão e o servo de Labão e partimos para o deserto; e viajamos até a tenda de nosso pai.

 

Comentários de Tiago Lisboa Novais

  1 - Algo interessante que notamos aqui nesta parte é que Néfi não sabia o que iria fazer ao se dirigir a casa de Labão, na realidade como ele mesmo disse "fui conduzido pelo Espírito". Ao pensar sobre isso lembro-me da letra do hino Brilha, Meiga Luz que diz "Não peço luz a fim de longe ver. Somente luz em cada passo ter". Penso que em alguns momentos da nossa vida teremos que agir desta forma. Andar com fé a cada passo, confiando no Espírito. 
 

Comentários de Líderes e Estudiosos da Igreja

    1 Néfi 4:6. “Conduzido pelo Espírito”
   
    Às vezes, é preciso coragem para deixar-se conduzir pelo Espírito. Há vezes em que a lógica e o raciocínio do mundo indicam um caminho contrário aos ensinamentos do Senhor. O Élder John H. Groberg, dos Setenta, fez-nos este desafio:

    “Estejam dispostos a correr riscos dentro de limites aceitáveis. Vivemos na era da razão e da lógica, dos fatos e números. Essas coisas podem ser úteis se ficarem subordinadas à fé no Senhor Jesus Cristo, mas se forem colocadas acima da fé Nele, deixam de ser úteis e podem-se tornar muito prejudiciais. Na vida, percebi que a maior parte das decisões acertadas que tomei talvez não tivessem sido tomadas se eu as tivesse tomado com base somente na lógica ou na razão. (…)

    (…) Néfi estava decidido a fazer o que Deus queria que ele fizesse, mesmo que isso fosse contrário à lógica. As escrituras dizem em 1 Néfi 4:6 que ele saiu sem saber de antemão o que faria, mas sabendo que precisava obedecer a Deus e conseguir as placas. (…)

    Suspeito que se tivessem dado ouvidos somente à voz da razão, Néfi e seus irmãos estariam até hoje esperando fora das muralhas de Jerusalém. Às vezes me pergunto se, por ouvirmos demais à voz da razão e da lógica e não confiarmos o suficiente em Deus, não acabaremos ficando a espera do lado de fora das muralhas de Sua cidade santa” (“Trust in the Lord”, Serão do SEI para os jovens adultos, 1º de maio de 1994, p. 3, www.LDSces.org).

    
1 Néfi 4:10. Néfi Recebe a Ordem de Matar Labão

  
    Que justificativa haveria para um homem reto como Néfi tirar a vida de outra pessoa? O Profeta Joseph Smith (1805–1844) ensinou que é o Senhor que estabelece o padrão do certo e do errado: “Deus disse: ‘não matarás’; em outra ocasião disse: ‘destrui-las-ás totalmente’. Esse é o princípio que conduz o governo do céu: as revelações adequadas à situação em que os filhos do reino se encontram. Tudo o que Deus nos pede é sempre certo, seja o que for, ainda que só venhamos a compreender o motivo muito depois do acontecido. Se buscarmos primeiro o reino de Deus, todas as boas coisas serão acrescentadas. O mesmo aconteceu com Salomão: ele primeiro pediu sabedoria e Deus lhe concedeu e, com ela, todos os outros desejos de seu coração, até em coisas que pareceriam abomináveis a todos que compreendem apenas em parte a ordem dos céus, mas que são na verdade corretas, porque Deus as concedeu e sancionou por revelação especial” (History of the Church, vol. 5, p. 135).
   
    Algumas pessoas acham erroneamente que o que o Espírito do Senhor as está inspirando a fazer é contrário aos mandamentos anteriores do Senhor, foi assim que Néfi se sentiu. Hoje, não precisamos preocupar-nos com a possibilidade de o Senhor inspirar-nos a fazer algo contrário aos mandamentos atuais. O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) ensinou-nos que há uma pessoa específica a quem o Senhor faria uma revelação dessas: “Quando for preciso que qualquer coisa seja diferente daquilo que o Senhor ordenou anteriormente, Ele o revelará a Seu profeta e a ninguém mais” (Stand Ye in Holy Places, 1974, p. 159). 
   
    É preciso lembrar que o Senhor deu a Labão pelo menos duas oportunidades de entregar as placas de ouro sem perder a vida. Labão era mentiroso e ladrão, no mínimo duas vezes ele tentou tirar a vida de outros. Tanto o roubo como a tentativa de homicídio eram passíveis de pena de morte (ver Êxodo 21:14; 22:2; Deuteronômio 24:7). O Senhor queria que Leí e seus descendentes tivessem as escrituras, ainda que para isso fosse preciso que um homem perecesse (1 Néfi 4:13). As placas de bronze não foram uma bênção apenas para os nefitas e mulequitas, elas também foram a fonte de parte dos escritos das placas de ouro (como, por exemplo, os trechos de Isaías e a alegoria de Zenos). O Livro de Mórmon foi uma bênção para milhões de pessoas em muitas nações e continuará a sê-lo no futuro. Era tudo isso o que estava em jogo quando Néfi encontrou Labão e seguiu a voz do Espírito.


   
 1 Néfi 4:30–37. Honrar a Palavra Dada
   

    Quando Zorã percebeu que aquele era Néfi e não seu mestre, Labão, “pôs-se a tremer e estava para fugir” (1 Néfi 4:30), mas tranquilizou-se quando Néfi lhe prometeu que ele não sofreria mal algum e seria livre se fosse para o deserto em companhia dos filhos de Leí. Em contrapartida Zorã jurou que ficaria com Néfi e seus irmãos e, depois disso eles não mais temeram (versículo 37). Tanto Zorã como Néfi são exemplos de como a integridade pessoal pode ser decisiva.
   
    O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, observou que a integridade é necessária para o alicerce da força espiritual: “A base do caráter é a integridade. Um caráter digno fortalecerá sua capacidade de atender obedientemente à orientação do Espírito. Um caráter justo é o que você está desenvolvendo. Isso é mais importante do que as coisas que você possui, o que aprendeu ou os objetivos que alcançou. Ele permite que você se torne uma pessoa digna de confiança. O caráter justo constitui o alicerce da força espiritual. Ele permite que nos momentos de provação ou teste você tome decisões difíceis e extremamente importantes de modo correto, mesmo que pareçam estar acima de sua capacidade” (Conference Report, abril de 2003, p. 80; ou “O Poder Alentador da Fé nos Momentos de Incerteza e Provação”A Liahona, maio de 2003, p. 75).


    1 Néfi 4:33. Juramentos
   

    O Livro de Mórmon relata diversas ocasiões em que foram feitos juramentos. Na época e na cultura de Néfi, os juramentos eram encarados com extrema seriedade. “[Hebreus 6:16] menciona como algo já sabido o princípio de que os juramentos são invioláveis e são o apelo final e decisivo à autoridade divina para ratificar uma afirmação. Neles, recorre-se ao Altíssimo para prometer ou asseverar em juramento, isto é, para fazer essa promessa ou afirmação da forma mais categórica e solene possível. Por esse mesmo princípio, os juramentos sempre foram considerados mais invioláveis quanto maior fosse a autoridade a qual ele invocasse, tanto no tocante aos indivíduos como às comunidades. Uma consequência desse princípio é que, nas Escrituras, os apelos ao nome de Deus contrapunham-se aos apelos a divindades pagãs e eram vistos como testes de lealdade” [William Smith (org.), A Dictionary of the Bible, sem data, “Oath”, p. 467; ver também a seção de comentários referentes a 1 Néfi 4:30–37 nesta página].
   
    Um estudioso explicou desta forma a força que tinham os juramentos na antiguidade:

    “O que é mais espantoso para o leitor ocidental é o efeito miraculoso que o juramento de Néfi surte em Zorã, a quem bastou ouvir algumas palavras convencionais para prontamente tornar-se tratável e, para os irmãos, por sua vez, bastou Zorã jurar que permaneceria com eles para que seus temores cessassem (1 Néfi 4:35, 37).

    A reação de ambas as partes só faz sentido quando percebemos que o juramento era o que havia de mais sagrado e inviolável entre o povo do deserto e seus descendentes: ‘Dificilmente um árabe quebra os juramentos que faz, mesmo que com isso arrisque a vida, [pois] entre os nômades, não há nada mais forte, não há nada mais sagrado do que um juramento’ e até entre os árabes das cidades, caso o juramento lhes seja extraído em certas condições especiais. ‘Fazer um juramento é algo sagrado entre os beduínos’, diz certo erudito. ‘Ai daquele que fizer um juramento falso: seu status social será abalado e sua reputação ficará arruinada. Seu testemunho não será mais aceito e ele terá de pagar uma multa em dinheiro’.

    Mas isso não se aplica a qualquer juramento. Os juramentos mais solenes e invioláveis são os feitos pela vida de algo, nem que seja de uma folha de grama. Os únicos juramentos mais terríveis que os feitos ‘por minha vida’ ou (o que é menos comum) ‘pela vida de minha cabeça’ são os feitos pela fórmula wa hayat Allah, ou seja ‘pela vida de Deus’ ou ‘vive o Senhor’, que é o exato equivalente árabe ao hai Elohim do hebraico antigo. Hoje essas fórmulas são empregadas levianamente pela gentalha da cidade, mas na antiguidade, esses eram considerados juramentos terríveis, como ainda são considerados hoje entre o povo do deserto. ‘Confirmei minha resposta à maneira beduína’, disse [Charles M.] Doughty. ‘Por minha vida’ (…), disse ele (…). ‘Jure pela vida de Ullah (Deus)!’ (…) Respondi eu e esse é o uso dos nômades ainda hoje em ocasiões solenes, mas em questões menores eles juram pela tua vida’. De acordo com [Samuel] Rosenblatt, tanto entre os árabes como entre os judeus ‘um juramento que não leve o nome de Deus não é juramento’ e ‘tanto na sociedade judia como na muçulmana é comum jurar ‘pela vida de Deus’.

    Vemos assim que a única maneira pela qual Néfi poderia apaziguar Zorã rapidamente seria fazer o único juramento que ninguém nem por sonho quebraria, o mais solene de todos os juramentos semitas: ‘Vive o Senhor e vivo eu!’ (ver 1 Néfi 4:32)” (Hugh Nibley, An Approach to the Book of Mormon, 2ª ed., 1964, pp. 104–105).

1 Néfi Capítulo 3

Capítulo 3

Os filhos de Leí retornam a Jerusalém para obter as placas de latão — Labão recusa-se a entregar as placas — Néfi exorta e encoraja seus irmãos — Labão rouba-lhes os bens e tenta matá-los — Lamã e Lemuel agridem Néfi e Sam e são reprovados por um anjo. Aproximadamente 600–592 a.C.

 1 E aconteceu que eu, Néfi, depois de haver falado com o Senhor, voltei à tenda de meu pai.

 2 E aconteceu que ele me falou, dizendo: Eis que sonhei um sonho, no qual o Senhor me ordenou que tu e teus irmãos voltásseis a Jerusalém.

 3 Pois eis que Labão possui o registro dos judeus e também uma genealogia de meus antepassados; e eles estão gravados em placas de latão.

 4 Ordenou-me o Senhor, portanto, que tu e teus irmãos fôsseis à casa de Labão buscar os registros e os trouxésseis aqui para o deserto.

 5 E agora, eis que teus irmãos murmuram, dizendo que lhes pedi uma coisa difícil; eis, porém, que não sou eu quem o pede, mas é uma ordem do Senhor.

 6 Vai, portanto, meu filho, e serás favorecido pelo Senhor, porque não murmuraste.

 7 E aconteceu que eu, Néfi, disse a meu pai: Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor, porque sei que o Senhor nunca dá ordens aos filhos dos homens sem antes preparar um caminho pelo qual suas ordens possam ser cumpridas.

 8 E aconteceu que quando meu pai ouviu estas palavras, rejubilou-se, porque compreendeu que o Senhor me havia abençoado.

 9 E eu, Néfi, e meus irmãos empreendemos a viagem pelo deserto com nossas tendas, para subirmos à terra de Jerusalém.

 10 E aconteceu que, tendo subido à terra de Jerusalém, eu e meus irmãos pusemo-nos a deliberar.

 11 E lançamos sortes, para ver qual de nós iria à casa de Labão. E aconteceu que a sorte caiu sobre Lamã; e Lamã foi à casa de Labão e falou com ele, enquanto estava sentado em sua casa.

 12 E pediu a Labão os registros que estavam gravados nas placas de latão, que continham a genealogia de meu pai.

 13 E eis que Labão se irou e expulsou-o de sua presença; e recusou-se a dar-lhe os registros. Portanto, disse-lhe: Eis que tu és um ladrão e vou matar-te.

 14 Lamã, porém, fugiu de sua presença e contou-nos o que Labão havia feito. E começamos a afligir-nos grandemente e meus irmãos estavam prestes a voltar para junto de meu pai no deserto.

 15 Mas eis que eu lhes disse: Assim como vive o Senhor e vivemos nós, não desceremos para o deserto onde está nosso pai até havermos cumprido o que o Senhor nos ordenou.

 16 Sejamos, portanto, fiéis aos mandamentos do Senhor; desçamos, pois, à terra da herança de nosso pai, porque ele deixou ouro e prata e toda espécie de riquezas. E tudo isso ele fez por causa dos mandamentos do Senhor.

 17 Porque ele sabia que Jerusalém deveria ser destruída por causa da iniquidade do povo.

 18 Pois eis que rejeitaram as palavras dos profetas. Portanto, se meu pai permanecesse na terra depois de haver recebido ordem de fugir, eis que pereceria também. Assim, foi necessário que fugisse da terra.

 19 E eis que é sábio para Deus que obtenhamos esses registros, para que preservemos para nossos filhos o idioma de nossos pais.

 20 E também para que lhes preservemos as palavras que foram proferidas pela boca de todos os santos profetas, as quais lhes foram dadas pelo Espírito e poder de Deus desde o começo do mundo, até o tempo presente.

 21 E aconteceu que, com essas palavras, persuadi meus irmãos a permanecerem fiéis aos mandamentos de Deus.

 22 E aconteceu que descemos à terra de nossa herança e recolhemos nosso ouro e nossa prata e nossas coisas preciosas.

 23 E depois de havermos reunido essas coisas, subimos novamente à casa de Labão.

 24 E aconteceu que entramos na casa de Labão e pedimos-lhe que nos entregasse os registros que estavam gravados nas placas de latão, pelos quais lhe daríamos nosso ouro e nossa prata e todas as nossas coisas preciosas.

 25 E aconteceu que quando Labão viu que nossos bens eram muitos, cobiçou-os, de modo que nos pôs para fora e enviou seus servos para nos matarem, a fim de apoderar-se de nossos bens.

 26 E aconteceu que fugimos dos servos de Labão e fomos obrigados a abandonar nossos bens; e eles caíram nas mãos de Labão.

 27 E aconteceu que fugimos para o deserto e os servos de Labão não nos alcançaram; e escondemo-nos na cavidade de uma rocha.

 28 E aconteceu que Lamã se enfureceu comigo e também com meu pai; e também Lemuel, porque deu ouvidos às palavras de Lamã. Lamã e Lemuel usaram, portanto, de expressões rudes para conosco, seus irmãos mais jovens; e açoitaram-nos com uma vara.

 29 E aconteceu que enquanto nos açoitavam com uma vara, apareceu um anjo do Senhor que, pondo-se à frente deles, lhes disse: Por que açoitais vosso irmão mais jovem com uma vara? Não sabeis que o Senhor o escolheu para ser vosso governante, devido a vossa iniquidade? Eis que tornareis a subir a Jerusalém e o Senhor entregará Labão em vossas mãos.

 30 E depois de nos haver falado, o anjo partiu.

 31 E depois que o anjo partiu, Lamã e Lemuel começaram novamente a murmurar, dizendo: Como é possível que o Senhor entregue Labão em nossas mãos? Eis que ele é um homem poderoso e pode comandar cinquenta, sim, ele pode mesmo matar cinquenta; por que não a nós?
 
Fonte: https://www.lds.org/scriptures/bofm/1-ne/3?lang=por
 
 

Comentários de Tiago Lisboa Novais

 

 

Comentários de Líderes e Estudiosos da Igreja

 
 

   
1 Néfi 3:7. “Eu Irei e Cumprirei”
    
    Falando de 1 Néfi 3:7, o Élder Russell M. Nelson ensinou: “Aprendi a não questionar quando um chamado é feito pelos canais inspirados do sacerdócio, mas sim a assinalar esses chamados com pontos de exclamação” (Conference Report, abril de 1984, pp. 76–77; ou Ensign, maio de 1984, p. 52).
  

    O Élder Donald L. Staheli, dos Setenta, citou as palavras do Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) para ensinar que recebemos poder por meio da obediência: “Seja qual for nossa idade ou posição na vida, a obediência diária aos princípios do evangelho é o único caminho garantido para a felicidade eterna. Como disse o Presidente Ezra Taft Benson de maneira tão tocante: ‘Quando a obediência deixa de ser algo que nos irrita e se torna a nossa meta, aí então Deus nos revestirá de poder’” (Conference Report, abril de 1998, p 108; ou “Obediência: O Maior Desafio da Vida”, A Liahona, julho de 1998, p. 91).
    
    O Presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, reconheceu a necessidade de oração e fé para obedecer aos mandamentos do Senhor:

    “Onde quer que estejamos, não importa quão difícil seja nossa situação, podemos estar certos de que o que o Pai nos ordena que façamos para qualificar-nos para receber as bênçãos da vida eterna, não está além de nossa capacidade. (…)

    Talvez tenhamos que orar com fé para saber o que devemos fazer, e teremos que orar determinados a obedecer, mas podemos saber o que fazer e podemos ter certeza de que o Senhor preparou o caminho” (“The Family”, Serão do SEI para jovens adultos, 5 de novembro de 1995, p. 1, www.LDSces.org).

1 Néfi 3:15. “Assim Como Vive o Senhor”

O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou o seguinte: “Néfi fez parceria com Deus. Se falhasse em conseguir as placas, isso significaria que Deus falhou, e como Deus não falha, cabia a Néfi conseguir as placas mesmo que isso lhe custasse a vida” (Conference Report, abril de 1982, pp. 49–50; ou Ensign, maio de 1982, p. 33).


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Livro - Morôni


CAPÍTULO 1
    Morôni escreve para benefício dos lamanitas—Os nefitas que não negam a Cristo são mortos. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 2
    Jesus deu poder aos doze discípulos nefitas para conferirem o Espírito Santo. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 3
    Os élderes ordenam sacerdotes e mestres pela imposição de mãos. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 4
    Explica-se como élderes e sacerdotes administram o pão sacramental. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 5
    Estabelecido o modo de administrar o vinho sacramental. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 6
    Pessoas arrependidas são batizadas e integradas na Igreja— Membros da Igreja que se arrependem são perdoados—Reuniões são dirigidas pelo poder do Espírito Santo. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 7
    Convite para entrar no descanso do Senhor—Orai com verdadeiro intento—O Espírito de Cristo permite aos homens distinguirem o bem do mal—Satanás persuade os homens a negarem a Cristo e a praticarem o mal—Os profetas anunciam a vinda de Cristo—Pela fé são realizados milagres e anjos ministram—Os homens devem ter a esperança da vida eterna e apegar-se à caridade. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 8
    O batismo de crianças pequenas é uma abominação maligna—As criancinhas estão vivas em Cristo por causa da Expiação—Fé, arrependimento, mansidão e humildade, recebimento do Espírito Santo e perseverança até o fim, levam à salvação. Aproximadamente 401–421 d.C.
  
 A segunda epístola de Mórmon a seu filho Morôni.
Abrange o capítulo 9.

CAPÍTULO 9
    Tanto os nefitas como os lamanitas tornaram-se depravados e degenerados—Torturam-se e assassinam-se uns aos outros—Mórmon ora para que a graça e a bondade descansem sobre Morôni para sempre. Aproximadamente 401–421 d.C.

CAPÍTULO 10
    O testemunho do Livro de Mórmon é recebido pelo poder do Espírito Santo—Os dons do Espírito são concedidos aos fiéis—Os dons espirituais sempre acompanham a fé—As palavras de Morôni falam do pó—Vinde a Cristo, aperfeiçoai-vos nele e santificai vossa alma. Aproximadamente 421 d.C.

Livro - Éter


    Registro dos jareditas, tirado das vinte e quatro placas encontradas pelo povo de Lími nos dias do rei Mosias.

CAPÍTULO 1
    Morôni resume os escritos de Éter—Declarada a genealogia de Éter—A língua dos jareditas não é confundida na Torre de Babel—O Senhor promete guiá-los a uma terra escolhida e fazer deles uma grande nação.

CAPÍTULO 2
    Os jareditas preparam-se para sua jornada a uma terra prometida—É uma terra escolhida, onde os homens deverão servir a Cristo; caso contrário serão varridos—O Senhor fala ao irmão de Jarede durante três horas—Os jareditas constroem barcos—O Senhor pede ao irmão de Jarede que sugira como iluminar os barcos.

CAPÍTULO 3
    O irmão de Jarede vê o dedo do Senhor tocar dezesseis pedras—Cristo mostra o corpo de seu espírito ao irmão de Jarede—Aqueles que têm um conhecimento perfeito não podem ser impedidos de transpor o véu—São providenciados intérpretes para trazer à luz o registro jaredita.

CAPÍTULO 4
    Morôni recebe ordem de selar os escritos do irmão de Jarede—Eles não serão revelados até que os homens tenham a mesma fé que o irmão de Jarede—Cristo ordena aos homens que creiam em suas palavras e nas de seus discípulos—Ordena aos homens que se arrependam, creiam no evangelho e sejam salvos.

CAPÍTULO 5
    Três testemunhas e a obra em si servirão de testemunho da veracidade do Livro de Mórmon.

CAPÍTULO 6
    Os barcos jareditas são conduzidos pelos ventos para a terra prometida—O povo louva ao Senhor por sua bondade—Oria é designado como seu rei—Morrem Jarede e seu irmão.

CAPÍTULO 7
    Oria reina em retidão—Em meio a usurpações e lutas, os reinos rivais de Sule e Coor são estabelecidos—Profetas condenam a iniqüidade e idolatria do povo, que então se arrepende.

CAPÍTULO 8
    Há luta e contenda pelo reino—Aquis estabelece uma combinação secreta, regida por juramento, para matar o rei—Combinações secretas são do diabo e resultam na destruição de nações—Gentios modernos são advertidos contra a combinação secreta que procurará destruir a liberdade de todas as terras, nações e países.

CAPÍTULO 9
    O reino passa de um para outro por descendência, intrigas e assassinatos—Êmer viu o Filho da Retidão—Muitos profetas clamam arrependimento—Fome e serpentes venenosas flagelam o povo.

CAPÍTULO 10
    Um rei sucede a outro—Alguns dos reis são justos, outros são iníquos—Quando a retidão prevalece, o povo é abençoado e o Senhor o faz prosperar.

CAPÍTULO 11
    Guerras, dissensões e iniqüidades dominam a vida jaredita—Profetas predizem a total destruição dos jareditas, a menos que se arrependam—O povo rejeita as palavras dos profetas.

CAPÍTULO 12
    O profeta Éter exorta o povo a crer em Deus—Morôni relata as maravilhas e prodígios feitos pela fé—A fé permitiu que o irmão de Jarede visse Cristo—O Senhor dá fraqueza aos homens para que sejam humildes—O irmão de Jarede moveu o Monte Zerim pela fé—Fé, esperança e caridade são essenciais à salvação—Morôni viu Jesus face a face.

CAPÍTULO 13
    Éter fala de uma Nova Jerusalém a ser construída na América pela semente de José—Ele profetiza, é expulso, escreve a história jaredita e prediz a destruição dos jareditas—A guerra assola toda a terra.

CAPÍTULO 14
    A iniqüidade do povo traz maldição sobre a terra—Coriântumr faz guerra contra Gileade, depois Libe e depois Siz—Sangue e carnificina cobrem a terra.

CAPÍTULO 15
    Milhões de jareditas são mortos em batalha—Siz e Coriântumr reúnem todo o povo para um combate mortal—O Espírito do Senhor cessa de lutar com eles—A nação jaredita é completamente destruída—Somente Coriântumr sobrevive.